Quando estou triste, se estou muito triste,
ramagens me aparecem nas espáduas,
na pele se acumula uma cortiça
e vigas de madeira são meus braços.
Dos meus cabelos pendem folhas mortas
sem esperança verde em novos brotos
nem consolos de azul sobre uma copa
que o coração desenha nos espaços.
Quando estou triste, se estou muito triste,
nascem da concha agreste destas mãos
as amêndoas amargas do silêncio
e uma seiva de fel corre em meus talos.
Expostos aos rigores da intempérie
dentro e fora de mim tremem os pássaros
que aninham nas ramagens do meu lenho
de sulcos boquiabertos, assombrados,
por ver como o pesar me torna espessa.
Quando estou triste me transformo em árvore.
ramagens me aparecem nas espáduas,
na pele se acumula uma cortiça
e vigas de madeira são meus braços.
Dos meus cabelos pendem folhas mortas
sem esperança verde em novos brotos
nem consolos de azul sobre uma copa
que o coração desenha nos espaços.
Quando estou triste, se estou muito triste,
nascem da concha agreste destas mãos
as amêndoas amargas do silêncio
e uma seiva de fel corre em meus talos.
Expostos aos rigores da intempérie
dentro e fora de mim tremem os pássaros
que aninham nas ramagens do meu lenho
de sulcos boquiabertos, assombrados,
por ver como o pesar me torna espessa.
Quando estou triste me transformo em árvore.
Tania Corrêa Alegria
Um belo poema.Perfeito poema.
ResponderExcluirTambém eu, sempre me comparo à uma árvore quando me olho e me vejo mãe.
bjs. Excelente o seu espaço, excelente escolhas.